sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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Fazia tempo que Melinda não via a vida com olhos de criança, fazia tempo que não parava pra dançar na chuva ou pra chorar assistindo novela. Fazia tempo que ela não ficava rindo do nada, ou de tudo. Há muito tempo Melinda não percebia que a felicidade está presente nas coisas mais ínfimas da vida, naqueles tempos em que só havia preocupações, dúvidas, anseios e medos. Naqueles tempos em que ela conseguia não ver mágica nenhuma em receber um telefonema inesperado de madrugada, quando ela era indiferente. É muito triste quando uma pessoa começa a assimilar a indiferença com que os outros a trataram, e começa a agir do mesmo jeito. Melinda demorou um pouco pra perceber que era a maior besteira da vida dela agir assim com as pessoas, depois de aprender que alguns não se importam, simplesmente.
Melinda começa de repente a ver o lado bom das coisas ruins, e a perceber que as armadilhas e obstáculos da vida podem fazê-la mais forte, mais segura, mais madura.
Cansou de pretensões, de falsidade, de aparências (falsas ou não), de fachadas e tudo mais; só que ao mesmo tempo é como se não se importasse com as pessoas que vivem de aparências. Vai deixar elas descobrirem mais tarde que um dia, máscaras caem e a inveja não serve pra nada, a não ser como uma coisa auto-destrutiva.
Melinda quer se valorizar e ser valorizada, until the sun no longer shines ;)

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